terça-feira, 19 de junho de 2012

* - SAL- Definição - História - Utilidade - 1ª parte*

Embora geralmente usemos a palavra "sal" para designar o ”sal de cozinha” ou cloreto de sódio (e faremos isso aqui no blog), a definição química do sal é simplesmente um composto neutro que resulta da reação entre um ácido e uma base.

SAIS- um grupo da química
O Sal de cozinha
O sal de cozinha ou sal comum, contém dois elementos básicos: sódio e cloro.
O sódio (símbolo químico Na) é um metal branco-acinzentado que reage violentamente quando misturado com água e oxida quando exposto ao ar. O cloro (símbolo químico Cl) é amarelo-esverdeado e toma a forma de gás em temperatura ambiente.

2 mol.de sódio+ 1 mol.cloro= 2 mol. de Cloreto de Sódio


 Como os dois elementos são voláteis, eles são encontrados na natureza como parte de compostos como o cloreto de sódio (NaCl), que forma o mineral halita. O cloreto de sódio é formado por cerca de 60% de cloro e 40% de sódio.
Embora o sódio seja volátil e o cloro tóxico, quando estão juntos em forma de cloreto de sódio eles são essenciais para a vida.  


Propriedades do Sal
 - Conservação de alimentos.
 - Absorve a umidade.
 - Tem propriedades purificadoras por isso muito usado em banhos nos SPAS e terapias naturais.

Um pouco de História

Os registros do uso do sal remontam a 5 mil anos. Ele já era usado na Babilônia, no Egito, na China e em civilizações pré-colombianas. Nas civilizações mais antigas, contudo, apenas as populações costeiras tinham acesso a ele.
O homem pré-histórico obtinha sua dose de sal graças à carne crua de suas caças. Foi a passagem para a agricultura e para uma alimentação à base de grãos que introduziram a necessidade de complemento.



O sal teve grande impacto também na história das civilizações: graças ao seu poder de conservar os alimentos facilitou a sobrevivência e a mobilidade das populações. Antes da Idade Média, pescadores holandeses já sabiam salgar o arenque para armazená-lo, tornando o peixe acessível longe do mar e durante o ano inteiro. O bacalhau salgado também é anterior à Idade Média. Mesmo assim, estavam sujeitas a períodos de escassez, determinados por condições climáticas e por períodos de elevação do nível do mar.

O Sal para os romanos
 A tecnologia de mineração só começou a se desenvolver na Idade Média.

Escasso e precioso, o sal era vendido a peso de ouro. Em diversas ocasiões, foi usado como dinheiro. Entre os exemplos históricos mais conhecidos figura o costume romano de pagar em sal parte da remuneração dos soldados. Assim é que as raízes das palavras "soldado" e "salário" têm suas origens em palavras do Latim (salário="salariu") relacionadas ao ato de entregar ou receber sal. 

Por ser tão valioso, o sal foi alvo de muitas disputas.


SAL=Salariun
Roma e Cartago entraram em guerra em 250 a.C. pelo domínio da produção e da distribuição do sal no Mar Adriático e no Mediterrâneo. E após vencer os cartagineses, o exército romano salgou as terras do inimigo, para que se tornassem estéreis. Cerca de 110 a.C., o Imperador chinês Han Wu Di iniciou o monopólio do comércio de sal no país, transformando a "pirataria de sal" em crime sujeito à pena de morte.

O monopólio e o peso dos impostos sobre o sal foram estopim de grandes rebeliões.


Ghandi e sua famosa "Marcha do Sal"

Na França, a elevação de uma taxa criada em 1340, chamada gabelle, ajudou a precipitar a Revolução, em 1789. Séculos depois, na Índia, as taxas abusivas cobradas pelos ingleses encorajaram o movimento da desobediência civil, liderado por Ghandi, na década de 1930.

SAl raro e precioso

Em alguns países europeus, a exploração e o armazenamento de sal foram delegados a monastérios. O mais antigo documento conhecido sobre o sal português, do ano de 959, é uma doação de terras e marinhas de sal feita por uma condessa a um mosteiro.

A mina de Wielickzka, na Polôna, uma das mais antigas do mundo é considerada patrimônio cultural da humanidade, pela ONU, pelas esculturas feitas em suas paredes, foi iniciada no século XI com uma carta de mineração conferida pelo estado ao monastério de Tyniec.

No Brasil  

 Como Portugal possuía salinas, tratou de exportar seu sal para as colônias e de proibir não apenas a extração local, como o aproveitamento das salinas naturais.

Caravelas portuguesas
Os brasileiros, que tinham acesso a sal gratuito e abundante, foram obrigados, em 1655, a consumir o produto caro da metrópole.

No final do século 17, quando a expansão da pecuária e a mineração de ouro aumentaram demais a demanda, a coroa, incapaz de garantir o abastecimento, permitiu o uso do sal brasileiro, desde que comercializado por contratadores.

A partir de 1808, quando D. João VI, ameaçado por Napoleão, transferiu para o Rio e Janeiro a sede do império português, a extração e o comércio de sal foram permitidos dentro do reino, mas persistia, ainda, a importação.

As primeiras salinas artificiais começaram a funcionar no Brasil depois da independência.

   Vestígios do monopólio salineiro ainda perduraram por todo o século XIX, e só foram completamente extintos depois da proclamação da República.



Cristais de sal
Outras importâncias do sal

Além da economia, o sal também tem uma importância cultural e religiosa. Esta presente em rituais religiosos diversas eras e civilizações. Foi usado por gregos, romanos, asiáticos e árabes.

Os árabes citam recomendações de Maomé para: "começar pelo sal e terminar com o sal; porque o sal cura numerosos males". Ele é usado há muito tempo no xintoísmo para purificar coisas, e os budistas usam sal para afastar o mal. Em tradições judaico-cristãs, o sal era usado para purificar pessoas e objetos, como oferenda e para assinar declarações.



Esposa de Ló-Bíblia
Também é considerado símbolo da incorruptibilidade - pois é a marca da eternidade e da pureza, porque jamais apodrece ou se corrompe; e da lealdade - como pode ser visto na Bíblia, o termo "aliança de sal" designa uma relação com Deus que não pode ser rompida.

Existem várias referências ao sal no Velho e Novo Testamento da Bíblia. Uma das mais famosas é a esposa de Ló, que virou uma estátua de sal em Gênesis depois de desobedecer uma ordem de Deus. Uma estátua de sal de rocha que fica atualmente em Mount Sodom é conhecida como "A esposa de Ló".

Jesus disse: "Sois o sal da terra. Ora, se o sal se decompor, com que se salgará?". A frase foi registrada pelo apóstolo Mateus no Novo Testamento e revela o duplo significado do sal: conservar a união com Deus e dar gosta à vida.

O sal nos costumes

Na alimentação

A Salga do Arenque
O homem pré-histórico obtinha sua dose de sal graças à carne crua de suas caças. Foi a passagem para a agricultura e para uma alimentação à base de grãos que introduziram a necessidade de complemento.
O sal teve grande impacto também na história das civilizações: graças ao seu poder de conservar os alimentos facilitou a sobrevivência e a mobilidade das populações. Antes da Idade Média, pescadores holandeses já sabiam salgar o arenque para armazená-lo, tornando o peixe acessível longe do mar e durante o ano inteiro. O bacalhau salgado também é anterior à Idade Média.


Salgando diversas carnes
No artigo “Na Bahia Colonial”, Taunay descreve o entusiasmo do viajante Pyrard de Laval na Bahia, em 1610. “É impossível terem-se carnes mais gordas, mais tenras e de melhor sabor. (...) Salgam as carnes, cortam-na em pedaços bastante largos, mas pouco espessos (...). Quando estão bem salgadas, tiram-nas sem lavar, pondo-as a secar ao sol; quando bem secas, podem conservar-se por muito tempo.”

Os indígenas brasileiros não conheciam o sal. Era das carnes da caça que vinha a porção de que necessitavam. Seus temperos eram as pimentas, e seu método de conservação era o moqueio – defumação lenta sobre braseiro de folhas e gravetos.



O sal foi introduzido no Brasil pelos portugueses e seu emprego como conservante influiu decisivamente na ocupação do território brasileiro. O charque, ou carne-seca, foi a base da alimentação dos boiadeiros do Nordeste, que avançaram pelo interior em direção ao sul, em busca de terras para a pecuária, e dos bandeirantes paulistas, que tomaram o rumo noroeste, em busca de novas riquezas.

    Nos rituais

Até o início da industrialização e em diferentes civilizações, o sal na mesa significou prestígio, orgulho, segurança e amizade. A expressão romana para exprimir ser infiel a uma amizade era “trair a promessa e o sal”. Desde aqueles tempos a ausência de um saleiro sobre a mesa representava um presságio, tanto quanto o sal derramado. Ao pintar sua famosa “Santa Ceia” Leonardo da Vinci tratou de colocar diante de Judas um saleiro derramado.


O Sal na "Santa Ceia" de Da Vinci

Bruxaria Idade Média
O sal foi muito usado na bruxaria na idade média e, acredita-se que foi a Igreja que tomou emprestado esse uso para seus rituais, sobretudo os de exorcismo, e não o contrário.

A explicação de um demonólogo francês do século 16 para os poderes anti-diabólicos do sal: “ele é a marca da eternidade e da pureza, porque jamais apodrece ou se corrompe. E tudo o que o diabo procura é a corrupção e a dissolução das criaturas, tanto quanto Deus busca a criação. Daí a obrigação, pela lei de Deus, de colocar sal na mesa do santuário...”

Povos antigos atribuíram ao sal poderes afrodisíacos e acreditavam que sua carência reduzia a potência sexual dos homens.


Uma gravura satírica francesa do século 16 mostra mulheres de diversas classes sociais numa atividade insólita: debruçadas sobre maridos sem calças, que esperneiam, aprisionados em barris, elas esfregam com sal, vigorosamente, suas partes íntimas.
Abolido por Lutero no ritual de batismo da religião protestante ainda no século 16, o uso do sal perdurou no batizado católico até 1973, simbolizando a expulsão do demônio e o sinal de sabedoria sobre o recém-nascido.


 Ainda hoje, as batatas e ovos cozidos servidos no Pessach, a Páscoa judaica, são regados com água salgada, que simboliza as lágrimas derramadas pelos judeus na travessia do deserto, durante a fuga do Egito.
Atualmente ainda, nos festejos de Páscoa, a Igreja Católica benze o sal, juntamente com a água e o fogo.

No Japão, o sal é considerado poderoso purificar.

Os japoneses mais tradicionais jogam sal todos os dias na soleira das portas e sempre que uma visita mal vinda vai embora. Símbolo de lealdade na luta de sumô. Os campeões jogam sal no ringue para que a luta transcorra com lealdade.


SAL na luta do Sumô-Japão

Nas crenças populares, ele é um ingrediente obrigatório para afastar energias negativas e "mau-olhado". Em várias culturas, acredita-se que o sal tem o poder de afastar espíritos densos e as energias negativas.
Por essa razão, era oferecido aos deuses para afastar os demônios e muitos sacerdotes utilizavam-no nos rituais e nas cerimônias mágicas.

Sal usado na cura alternativa
Largamente utilizado pelos esotéricos, o sal é recomendado para a limpeza da aura, ou seja, o campo de luz que envolve o corpo humano. Quando a aura está saturada, o sal é o único composto que a recompõe rapidamente. Segundo o esoterismo, o banho de água e sal é excelente para expandir a aura.


Um cristal

Segundo a explicação de especialistas em radiestesia, o sal é um cristal e, por isso, emite ondas eletromagnéticas que podem ser medidas pela radiestesia (técnica que utiliza pêndulos para identificar e alterar os campos vibratórios).


Cristais de Sal
Experiências mostraram que ao colocar-se o pêndulo sobre um monte de sal, é possível detectar o mesmo comprimento de onda da cor violeta, capaz de neutralizar os campos eletromagnéticos negativos.
A sabedoria popular vai pela mesma linha: como as energias densas costumam se concentrar nos cantos dos ambientes, costuma-se colocar um copo de água com sal grosso em pelo menos dois cantos. Quando se formarem bolhas, é hora de trocar a salmoura por outra.

O mesmo efeito purificador explica o famoso banho de sal grosso e o antigo escalda-pés (mergulhar os pés em uma salmoura morna): ambos têm o poder de neutralizar a eletricidade do corpo.

Nas tradições

No candomblé, religião trazida para o Brasil pelos escravos africanos, o sal tem importância fundamental. Na tradição africana, quando uma pessoa muda, deve entrar na nova casa levando primeiramente um copo de água e outro de sal.
Já na tradição judaica, quem muda de casa é presenteado com pão (para que nunca falte alimento) e com sal (símbolo da união indestrutível).



Diferentes fragrâncias de sais de banho

 No Oriente Médio acredita-se que quando duas pessoas comem sal juntas formam um vínculo. Por isso, é costume usar sal para selar um contrato ou acordo.

Existem vários provérbios relacionados ao uso do sal. Ele era muitas vezes trocado por escravos, o que originou a expressão "não vale o sal que come". Alguém que é o "sal da terra" é uma pessoa confiável e despretenciosa. "Salgar a terra", por outro lado, se refere a uma antiga prática militar de lavrar campos com sal para que nenhuma plantação pudesse crescer.

Banho de Sal Groso

No Brasil, senão uma prática, o banho de sal grosso é uma expressão comum para designar proteção contra o "mau-olhado". Recipientes com sal e uma cabeça de alho podem ser vistos com freqüência não apenas em casas, mas também em lojas e escritórios. Afinal, é corriqueira no Brasil a frase espanhola de Miguel de Cervantes no Livro Dom Quixote: “Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay!!!”

Copo com Sal e vela para ambientes.

Para ler a segunda parte do assunto:
Os tipos de sal 
http://magiadailha.blogspot.com/2011/07/sal-e-seus-diferentes-tipos-2parte.html

E a terceira parte:
O Sal nos Alimentos e na Saúde:

_____  ***  _____

Compilado por Gení Mafra Souza

Fontes de pesquisa:
-Sabedoria das Bruxas- Rosa Maria Biancardi-Berkana Editora, São Paulo, 1998.
-Revista Bons Fluídos – Casa Claúdia Especial – Mar/Abr/1999.

Da Net:
www.norsal.com.br/o_sal/sal.html



Imagens destes e outros sites da Net


 



   









 

Nenhum comentário:

Postar um comentário